quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Literatura indiana







































A tradição literária indiana é principalmente poética e essencialmente oral. Seus autores são, freqüentemente, desconhecidos. Por esta razão, torna-se difícil estabelecer a história da literatura indiana.

Grande parte da literatura tradicional inspira-se na tradição sânscrita, como também nos textos budistas e jainistas escritos em pali e outras línguas prácritas (dialetos medievais do sânscrito). Isto é válido tanto para a literatura dravídica, como para a literatura escrita nas línguas indo-européias do norte. A influência das culturas islâmica e persa é maior na literatura escrita em urdu, embora em outras literaturas também se possa observar tendências islâmicas.

Entre os séculos II e V foram escritos grandes romances em verso, também chamados epopéias: Cilappatikaram (O bracelete de ouro) de Ilanko Atikal e em seguida Manimekalai (O cinturão de pedras preciosas), uma obra budista escrita por Cattanar.

Até 1500 a maior parte da produção literária indiana era formada por traduções de histórias extraídas das epopéias em sânscrito, os puranas. Muitas das versões do Ramayana - O Mahabharata e Bhagavata-Purana - datam deste período.
A literatura medieval aborda também outros temas, como os Caryapadas, versos tântricos do século XII (ver Tantra) que relatam o ensino e a proeza do fundador da seita mahanubhava. As primeiras obras em língua kannada (a partir do século X) e em língua gujarati (a partir do século XIII) são romances jainistas.

Outros exemplos literários distanciados destas tendências sectárias são os relatos heróicos e de cavalaria em língua rajasthani, como o poema épico do século XII Prithviraja-râsau, de Chand Bardâi de Lahore.

Posteriormente, desenvolveram-se outras literaturas religiosas associadas a filosofias e seitas regionais: os textos tântricos que mais tarde deram origem a gêneros como o mangala-kavya (poesia de um acontecimento ressagiado) de Bengala. Esta poesia era dirigida a divinidades como Manasa (a deusa serpente), forma local da principal divindade feminina chamada Devi.

A principal influência para a literatura indiana posterior foi o culto a Krishna e Rama escritos nas línguas nacionais. A história de Krishna desenvolveu-se em sânscrito a partir do Mahabharata e através do Bhagavata-Purana até o poema composto no século XII por Jaydev, Gitagovinda (O canto do vaqueiro). Em torno de 1400, surge uma série de poemas de amor, escritos pelo poeta Viyapati, que influenciou de maneira decisiva o culto a Radha-Krishna praticado em Bengala, além de toda a literatura erótico-religiosa associada a ela.

Nos últimos 150 anos, a literatura indiana foi registrada nas principais quinze línguas do país, incluindo o inglês e o bengalí, esta última oferecendo uma das literaturas mais ricas da India. Um de seus principais representantes é Rabindranath Tagore, o primeiro escritor indiano a receber o prêmio Nobel de Literatura (1913).

Na poesia, destaca-se o líder e filósofo islâmico sir Muhammad Iqbal, escrita originalmente em urdu e persa. A autobiografia de Mohandas K. Gandhi, Minhas experiências com a verdade, escrita originalmente em gujarati entre 1927 e 1929 é, hoje, considerada um clássico.

Entre os escritores de língua inglesa cabe citar Mulk Raj Anand, autor de romances de protesto social e R.K. Narayan, que escreveu romances e relatos sobre a vida rural. Entre os escritores mais jovens da Índiamoderna destacam-se Anita Desai e Ved Mehta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário